Desapegue do personagem

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Passamos anos e anos perdidos em nossos desejos de sucesso pessoal, em busca de conquista de bens materiais, em busca por significado para a nossa vida, para nossa profissão, para os relacionamentos interpessoais ou amorosos. Nada disso terá real significado se a jornada interior não estiver sendo realizada.

A busca por prestígio reflete a necessidade dos seres humanos em se sentirem aceitos na sociedade, passando uma imagem de realização pessoal com base em conquistas materiais. Enquanto isso ocorre, a alma humana permanece vazia, sem sentido. Vive para manter uma rotina baseada em acordar, trabalhar, se alimentar, festar, buscar aprovações e elogios que a faz se sentir especial, única, diferente e melhor que as outras, para então adormecer e, no dia seguinte, recomeçar o ciclo.

A alma humana que ainda busca aceitação no externo quererá cada vez mais conquistas para mostrar o quão valorosa é e o quanto é capaz de ostentar sua capacidade de acumular riquezas, belezas e uma pseudo-alegria, enganando-se ao aparentar superioridade diante daquele que mendiga à porta dos lares e dos abrigos.

A alma humana que apenas busca crescer externamente continuará vazia por dentro. Todos merecem sim ter paz, abundância, prosperidade material e vida confortável. Porém, não é em função disso que a vida gira em torno.

Afinal de contas, em função de que nós vivemos?

A vida requer que a alma humana compreenda a razão de existir. A vida requer que a alma humana liberte-se de um sistema social voltado à ostentação, voltado a mostrar o quão poderosas e bem sucedidas as pessoas podem se tornar. A vida requer que compreendamos como a sociedade pode distribuir seus bens de modo que todos progridam mutuamente, através de valores reais que nos unam ao invés de nos separar.

O sofrimento é reflexo de uma sociedade doente por viver em função do materialismo. Acabar com o sofrimento é ressignificar os valores sobre os quais a sociedade está alicerçada. Mas somente mudaremos a sociedade se antes compreendermos a nós mesmos e compreendermos a nossa responsabilidade perante o rumo que a sociedade tomou.

Você reflete essa vida em função do materialismo/consumismo que tanto mal traz à sociedade? Você reflete a vida em função de status? Você reflete a ostentação dos bens materiais enquanto há pessoas que sofrem por nem ao menos terem onde morar ou que se vestem com farrapos? Você é um reflexo dessa sociedade doente?

Se a sua resposta interior para qualquer dessas perguntas for sim, então é hora de assumir a sua responsabilidade e promover mudanças. É hora de começar a fazer a diferença em um mundo que está rouco de tanto gritar por socorro. É hora de compreender as razões que te levaram a viver uma vida em função de externar uma imagem de sucesso para a sociedade.

É hora de parar de buscar aceitação exterior e buscar compreender a sua essência. É hora de se deparar com as suas mágoas, com as dores da sua infância, da sua adolescência, da sua juventude. É hora de ressignificar essa dor, essa mágoa. É hora de libertar-se do sofrimento interior de solidão, de rejeição, e do ressentimento por não ser aceito. É hora de se deparar com a verdadeira causa de hoje você se sentir imerso em uma sociedade materialista e que vive em função da aparência, do status, de uma imagem forjada, mas que não representa seu verdadeiro Eu. Despoje-se do personagem que criou.

Você é feito de uma essência imutável, de luz, de amor. Essa luz interior está momentaneamente revestida dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, do seu corpo que vez ou outra chora e que sofre por muitas vezes não se sentir aceito, por se sentir humilhado, rejeitado.

É hora de deparar-se com a sua dor e compreender a razão do seu sofrimento. É hora de parar de ser reativo e começar a agir, pensando por conta própria ao invés de esperar a aprovação do outro.

Qual a sua motivação em viver? O que te faz acordar todas as manhãs e querer que o dia dure bastante? Será que você quer que o tempo passe muito rápido para que a vida acabe logo, ou será que deseja aproveitar cada instante para realizar projetos maravilhosos que beneficiarão a você, à sua família e à sociedade? Afinal, pelo que você vive? O que te faz dignificar a sua existência neste mundo? Que contribuições você tem feito e ainda poderá fazer para o seu próprio desenvolvimento pessoal e para a cura desse sistema doente no qual nascemos para fazer a diferença?

Deixe-me dizer pelo que você deve viver. Você deve viver para se conhecer melhor, para superar seus medos, seus traumas, para tornar-se um ser melhor do que quando nasceu, cresceu e desenvolveu sua personalidade. Você vive para fazer a diferença para si mesmo e então, com determinação, fazer a diferença na vida de alguém. Você é um ser humano de luz, ora! Espalhe a sua luz!

Se deseja mudar a sua história de vida… se deseja parar de sofrer… tenha coragem! Mova-se! Queira ser mais… mais amoroso, mais feliz; queira estar em paz. Não queira isso para agradar aos outros, mas porque você merece ser feliz e irradiar a sua felicidade!

Ser feliz somente é possível quando a sua alma está em paz pois encontrou a felicidade em si mesma, no silêncio e na solidão da sua própria companhia. Ser feliz é quando o seu Espírito passou a ser suficiente para você sentir-se pleno, completo em si mesmo.

E, então, ao conhecer a si e a causa das suas dores e sofrimentos, e conhecendo a razão que te leva a continuar a viver dia após dia caindo e se reerguendo, aprendendo com seus erros, aprendendo a curar-se de todas as aflições em sua raiz, então você estará liberto.

Estará liberto do julgo alheio, da necessidade de sentir-se aceito, respeitado, aprovado. Nada mais importará em relação ao que os outros pensam ou esperam de você. Pois a única coisa que importará é você estar bem para seguir o seu próprio caminho. E, estando bem, será capaz de ajudar as outras pessoas a estarem bem também.

Conheça-se e liberte-se. Liberte-se dos traumas, dos muros que construiu para não se ferir. Liberte-se da necessidade de mostrar a sua fortaleza. Permita-se chorar, se emocionar, liberar as mágoas e curá-las.

Entenda os outros como seres em busca de respostas. Muitos deles são ainda parte de uma sociedade que precisa reaprender o verdadeiro sentido da vida.

E, creia, se você já compreendeu esse sentido por trás de todas as coisas… se você já compreendeu a verdadeira razão pela qual trabalhar, ganhar o pão de cada dia, prosperar e vencer os obstáculos, então você já despertou para a Verdade. Você já tem a chave que abre todas as portas.

Ajude a abrir as portas também daqueles que ainda não entenderam… que ainda não compreenderam que a grande chave para cessar a dor é desapegar da necessidade de provar aos outros alguma coisa. Você não precisa provar nada. Desapegue da necessidade de justificar-se. Você não precisa disso.

Desapegue de quem você não é. Desapegue do personagem. Desapegue da dor. Entregue-se ao amor. Deixe de lado as máscaras, as mágoas e a necessidade de mostrar ser uma pessoa que corresponde a valores sociais doentes, voltados ao materialismo, ao consumismo. Ressignifique-os. Transforme-os. Desconstrua-os. Entregue-se a um novo jeito de viver…

Viva uma vida baseada nos reais valores morais e sociais, baseada na compaixão. Viva a transparência de si mesmo… mostre suas cores sem culpa e sem medo. Respeite-se e respeite aqueles que não compreendem.

Reconheça os valores reais que existem por trás de todos personagens da sociedade. Conecte-se com a essência que habita em cada um deles. Ela sim é imutável.

Viva a fraternidade, a igualdade, a humildade, a brandura, a partilha, o amor.

Conheça-se e liberte-se.

Fernando Vidya

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Fernando Vidya

Terapias Complementares para equilíbrio do corpo, da mente e do espírito.

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