A Depressão sob uma visão Holística

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Sob uma visão holística, toda e qualquer disfunção física, mental ou emocional, como a depressão, estará sempre ligada ao que chamamos de um processo espiritual. Os processos têm como finalidade auxiliar os seres humanos a passarem por inúmeros aprendizados, de modo a ensinar-lhes a compreenderem a essência do Ser e conduzi-los aos aprendizados que irão agregar novos valores de vida para a evolução da alma.

Nossos aprendizados estarão diretamente ligados aos nossos respectivos contextos de vida. Ninguém possui uma história de vida igual à de outra pessoa. Portanto, ninguém terá aprendizados e valores na mesma proporção e com o mesmo peso. A partir dessas afirmações, entendemos os aprendizados como únicos e capazes de serem sentidos e refletidos em sua totalidade, para ressignificarmos valores e crenças que carregamos conosco e que, em determinado momento da nossa experiência na Terra, deixam de ter o mesmo sentido de até então.

Quando superamos um processo, novas questões surgem, ou seja, novos processos vêm nos lembrar que estamos na Terra para aprender. E aprender significa experienciar novas coisas, novos meios de passar por elas, novas forma de senti-las. Nossos aprendizados são constantes, e isso significa evolução constante. Pois, quando aprendemos, deixamos de ser a mesma pessoa que éramos até então, e passamos a fazer novas escolhas, agora com mais bagagem moral, mental, espiritual.

Por vezes, no entanto, quando iniciamos um processo de aprendizado, podemos nos deparar com uma situação aparentemente difícil de entender e que nos exige escolhas que não sabemos se darão certo. Essa incerteza nos faz balançar. A incerteza vem nos alertar que precisamos escolher seguir em frente e fazer algo novo, para experienciar coisas novas e, assim, prosseguir com a tarefa do espírito, que é evoluir. Mas, muitas vezes, relutamos; escolhemos não dar o próximo passo.

Nossas escolhas nos definem. E, quando escolhemos permanecer por muito tempo em um caminho, sem arriscar, sem mudar nossa forma de pensar e nossa forma de agir, nos acomodamos. E nosso Ser não foi feito para se acomodar. Enquanto estamos acomodados, estamos bem. Mas, nosso Eu Superior, que também podemos chamar de Eu Sou, ou essência divina, não deixará que fiquemos acomodados por muito tempo, pois isso nos impede de evoluir. Eis aí o grande X da questão.

Quando nos acomodamos, nosso Eu Superior nos proporcionará circunstâncias que nos tirem da zona de conforto. Passaremos, então, de um quadro de comodismo para um quadro de inquietação, muitas vezes com a sensação de um vazio. E isso eventualmente pode ocorrer em todos os níveis de aprendizado, para qualquer pessoa em seu respectivo contexto de vida.

Esse estado de inquietação, dependendo do nosso contexto de vida, vem muitas vezes como um raio que cai sobre a nossa cabeça e nos choca, obrigando-nos a nos movimentar. Mas, muitas vezes recusamos a nos mover e permanecemos bem ali. Não queremos, afinal, sair da nossa zona de conforto, por mais nociva que essa zona de conforto possa ser. Sim, pois nos acomodamos até mesmo com o sofrimento. Acostumamo-nos até mesmo àquilo que nos faz mal, só para não passamos ao campo da incerteza. Pois, escolher algo novo, pode significar caminhar para o incerto. Ter que escolher algo novo nos faz sofrer as inquietações. Faz-nos ter que planejar e agir. Faz-nos ter que movimentar. Movimento provoca a mudança. Tudo o que incomoda nos fará mudar ou nos fará sofrer, caso resistamos à mudança e escolhamos permanecer onde estivermos, fazendo as mesmas escolhas de sempre.

Às vezes, esses nossos processos de aprendizado são tão intensos, que chegamos a perguntar: “Por que comigo? Por que tenho que passar por essa experiência? Estava tudo tão bom, mas estou sendo obrigado a passar por isso”.

O grande ponto é: não somos obrigados a nada. Mas nós achamos que somos. Pois, se sairmos do nosso ponto de vista e olharmos em uma visão 360º para esse nosso contexto, veremos que sempre haverá alternativas e escolhas diferentes que podemos fazer. O que nos impede de fazê-las é o medo. O medo do porvir. O medo de quebrarmos a cara. O medo do julgamento alheio. O medo do incerto. O medo de quebrarmos as regras impostas justamente pelo sistema opressor no qual estamos inseridos. E a mudança implica em sair dessa ilusão, dessa opressão falsa, para vivermos do exato jeito que nos fará pessoas melhores e mais felizes.

A depressão, por fim, é justamente o período em que resistimos a mudar. É o instante em que nosso Ser, nosso Eu Superior, nosso Eu Sou nos diz: você precisa mudar, e o que não compreende é que tudo isso que está lhe incomodando, tudo isso pelo qual está passando, é uma forma de mostrar a você que as escolhas que continua a fazer não estão te levando a um caminho melhor. Enquanto não passar a fazer novas escolhas, sob uma ótica de liberdade, paz e amor por si mesmo, continuará a atrair para você os mesmos resultados.

Por isso, liberte-se do julgamento e da preocupação de ser julgado. Liberte-se do mal estar de permanecer em uma situação que lhe oprime. Liberte-se das amarras que colocou em si mesmo, pelo fato de acreditar que está em uma prisão; você não está. Estamos em um mundo onde podemos escolher e fazer qualquer coisa, com consciência dos resultados que colheremos.

Liberte-se da escravidão de ter que se encaixar em um estereótipo. Não precisamos deles. Precisamos de uma única identidade, a nossa identidade. Somos seres únicos e perfeitos em nossas diferenças. E o grande e maior medo do ser humano é o de não ser aceito por ser quem é, ou seja, um ser único e livre.

Muitas pessoas admiram aqueles que, sem preconceitos, sem amarras e sem medos, saem às ruas protestar e mostrar sua individualidade, mostrar suas opiniões e sua verdadeira face, pouco se importando com o que os outros irão pensar, ou se os outros irão gostar. Aqueles que os admiram, gostariam de ter a mesma coragem.

Temos medo, incerteza e insegurança se seremos aceitos pela escolha que fizermos. Temos medo de arriscar. E, por sinal, esse mesmo medo que nos oprime, muitas vezes é um medo velado. Ele se esconde atrás de pretextos, atrás das contas a pagar, atrás do namorado, marido, esposa, ou seja, nossos compromissos assumidos com os outros. Eles devem sim ser respeitados, mas, o amor maior que importará e pesará ao final, é o amor próprio da pessoa que escolhe.

Quando nos sentimos obrigados a estar em um contexto que não nos agrega mais valor, ou a ter que fazer uma escolha, mas caímos na incerteza, tendemos a ficar em silêncio e a refletir sobre a vida, buscando dar sentido a ela e ao nosso momento; buscamos novos caminhos, mesmo que não os enxerguemos neste primeiro momento.

Mas, muitas vezes, como um mecanismo de fuga, jogamos nossas frustrações de lado e procuramos descontá-las em algo que nos dê prazer, já que a vida não nos dá. Escolhemos nos viciar em jogos, em comidas deliciosas, mas nada saudáveis, em bebidas etc. Procuramos uma fuga da realidade.

Se você está passando por um momento de escolhas, mas está relutando em mudar sua vida, preferindo permanecer em um contexto opressor, especialmente se estiver descontando sua frustração e desilusão pela vida em hábitos, aparentemente prazerosos, mas nada saudáveis, escute: você não está sozinho. Há pessoas maravilhosas com quem você pode contar. Há amigos verdadeiros com quem você pode se abrir. Há profissionais qualificados que podem te atender e revelar melhores formas de você reagir a essa fase e aliviar todas essas sensações.

Acredite, só dependerá de você ir atrás. Por mais que possam te alertar, por mais que possam falar para você que você está indo por um caminho equivocado, você não irá perceber se você não estiver aberto a esse alerta. Você achará que não está passando por um problema quando na realidade o seu Ser pede socorro; o seu Ser pede ajuda. Busque a ajuda que precisa; não há nada de errado nisso. Não há idade, cor, sexo, raça, credo, nada que desqualifique você como ser humano e te impeça de pedir ajuda. Nada. Você e muitos outros passam ou já passaram momentos como esse.

Há inúmeras histórias para serem contadas de pessoas que superaram fases semelhantes com sorrisos, abraços, afagos, carinhos, apoios… muitos destes gestos que vieram de pessoas desconhecidas; muitos deles que vieram de pessoas amigas; muitos deles que vieram de amores; muitos deles que vieram de pessoas inusitadas, que apareceram em nossas vidas quando mais precisávamos. Elas vêm, nos ensinam, e vão embora. Mas deixam conosco algo de bom para recordar. Mostram-nos que a vida existe para nos ensinar uma única coisa: não estamos sós; estamos apenas passando pelo que viemos passar, que é simplesmente uma nova etapa da evolução.

Sinta-se apoiado neste instante. E, acredite, as respostas e a coragem que tanto busca, estão dentro de você.

Leia mais sobre o bem-estar pessoal e a busca pelo equilíbrio em nosso artigo Corpo, Mente e Espírito – A Tríade Fundamental do bem-estar pessoal

Fernando Vidya
Escritor Espiritualista
em coautoria com o guia espiritual Agamenon

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Fernando Vidya

Terapias Complementares para equilíbrio do corpo, da mente e do espírito.

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